Estava há pouco no trânsito e me peguei bastante irritada com alguns motoristas. Eu estava tentando entrar em uma rua muito, muito movimentada, e ninguém me deixava passar, apesar do sinal do pisca e o carro colocado em posição de saída. Até que finalmente alguém me deu passagem, eu agradeci com a mão e parti.
E comecei a pensar sobre isso. Não naquele aspecto que diz que tudo o que nos irrita nos outros é o que carregamos escondido dentro de nós mesmos. Mas no ponto de que o mundo não existe para nos servir. Ele apenas existe.
Temos momentos em que agimos como se tudo e todos ao nosso redor estivessem ali para completar uma ação nossa ou dar a resposta exata que queremos. Isso seria falta de maturidade ou simplesmente ingenuidade? Ou egoísmo? Ou pura preguiça? Parece tão conveniente acreditar que tudo acontece para nos servir....
Isso me parece mostrar também um pouco de falta de atenção no outro, e pode ser visto em coisas bem simples. Por exemplo, quando eu envio uma mensagem pelo celular e fico com ele na mão, esperando a resposta no segundo seguinte. Eu ignoro o fato de que a pessoa pode estar fazendo outra coisa ou mesmo que pode não querer me responder naquele momento, seja pela razão que for. Se eu enviei um e-mail pela manhã, que absurdo se o destinatário não me responder, ao menos, à tarde! E por aí vai....
O desafio está em aprender que não somos o centro de nada, a não ser de nós mesmos, e isso já está mais do que bom e dá bastante trabalho. Isso traz uma maturidade de pensamento e, mais que isso, de atitude, para conosco e para o mundo. Menos frustrações, menos ressentimentos, menos impaciência...enfim, uma vida mais livre.
E essa maturidade também nos ajuda a ver que, embora as coisas não estejam aí por nós, estão sim sendo oferecidas para nós. Cada fato, cada pessoa, cada circunstância é uma oportunidade que o mundo nos dá para o nosso crescimento. Exemplos bons e ruins, experiências que os outros passam e que nós podemos aproveitar como aprendizado (até para tentar não passar por elas também), pessoas que passamos a admirar e que queremos imitar, erros e acertos que cometemos ao longo do dia. Tudo, absolutamente tudo pode nos ser útil se de forma madura colocarmos atenção às coisas e percebermos como agimos ou reagimos em relação a elas. Acho que é por isso que dizem que o mundo é “a melhor escola que existe”(sem tirar nenhum mérito e importância da educação formal, claro). E eu quero ser uma aluna exemplar!
Stela Klein