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Você também deve ser um raio de sol

Puxa vida, quando você fala, é como se você cantasse!”

“Você é um raio de sol quando começa a falar, Stela. Tão bonito!”

“Esse sotaque é a coisa mais linda que eu já ouvi. Continue, por favor!”


Essas belas frases aí em cima são ouvidas por mim de tempos em tempos. No início, quando cheguei aqui na França (em 2016) e alguém dizia isso para mim, tudo o que eu pensava era “que bonito, que nada! Essa pessoa só está tentando ser simpática. Será que eu nunca vou conseguir falar direito, que nem eles?”


Outros pensamentos limitantes também passavam pela minha mente, do tipo “ah, o Brasil é visto pelos franceses como um país exótico. Devem estar achando meu sotaque exótico também, só isso.” Quando ouvia essas frases, eu sorria um tanto o quanto sem graça, agradecia e mudava timidamente de assunto.


Uma influência positiva


No entanto, o tempo foi passando, gramaticalmente falando meu domínio da língua francesa foi melhorando, e o encantamento das pessoas continuou a existir. Aos poucos eu fui aceitando o que hoje eu considero não apenas como um elogio, mas também como um ponto útil na influência positiva que eu posso ter em relação às pessoas que se aproximam de mim.


Mais do que isso, eu me dei conta que estava colocando uma pressão desnecessária em cima de mim mesma, exigindo uma condição de performance que nem era esperada pelas pessoas e nem representava nenhum obstáculo à minha integração no mercado de trabalho francês ou na sociedade local. Se tratava de uma auto exigência, e saiba que essas são sempre mais fortes do que qualquer pressão externa!


Eu passei a notar, por exemplo, que as pessoas realmente gostam de me ouvir falar francês. Por trás disso, elas veem meu esforço em aprender o idioma e isso mostra meu interesse em fazer parte do quotidiano por aqui.

Isso acaba refletindo no próprio senso de valorização de cada pessoa, o que é bem fascinante de ver. Se eu me esforço por falar bem, significa que esse lugar tem valor e, por consequência, as pessoas que aqui vivem também. Interessante, não?

Outra coisa que percebi é que, como muitos franceses são mais fechados, formais e reservados do que os brasileiros, o pouco de espontaneidade que tenho, ainda que eu não seja a pessoa mais extrovertida que conheço, ajuda muitas vezes a tornar o ambiente mais caloroso (esse foi um dos adjetivos que já ouvi).


Definitivamente, o brasileiro tem uma linguagem corporal que é mais acolhedora, mais participativa, mais expressiva. E isso tem uma influência muito positiva, sobretudo em locais onde há carência do chamado “calor humano”. Eu nunca tinha pensado nisso, até chegar aqui.





Você também deve ser um raio de sol


Então, afine sua escuta ativa e sua percepção. Ouça com atenção as coisas positivas que as pessoas falam para você – e sobre você – no seu dia a dia. Tente identificar como as pessoas reagem à sua presença, nos diferentes grupos que você frequenta.

Repare com atenção nos olhares dos outros. Analise se você, tal como eu fazia, não se coloca uma pressão exagerada para atingir determinados parâmetros que podem ser inúteis não apenas para você mesma, como também para os que estão ao seu redor.


Aprenda a acolher a sua individualidade, como eu fiz com a minha, e fazer dela mais um atributo positivo na sua grande lista de qualidades. E, sobretudo, jamais mude radicalmente seu jeito de ser para tentar se enquadrar ou se integrar a algum lugar.

Aposto que você também é o raio de sol de muita gente, e está emitindo uma bela luz que faz bem a todos que chegam perto de você!

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