Realizar um bom Coaching de Equipe pressupõe alguns cuidados importantes para que os resultados apareçam, sejam sustentáveis e representativos.
No geral, o grupo funciona muito bem quando há entre 8 e 15 participantes. Não que não seja possível ter sucesso com grupos maiores ou menores - eu mesma vi um processo de coaching sendo feito com cerca de 30 diretores que foi muito bem conduzido. Mas, nesses casos, a coach certamente terá uma longa experiência na condução de trabalhos com equipes e saberá gerenciar as diferentes etapas do percurso. Um grupo menor proporciona mais espaço de exposição para cada pessoa, ao mesmo tempo em que, em não sendo muito pequeno, opiniões pessoais, colocadas por escrito e mantidas anônimas, não correm o risco de serem identificadas, se não for esse o propósito.
Esse é um ponto interessante: em determinados momentos do processo, para facilitar a expressão autêntica de alguns membros do grupo, as opiniões podem ser anônimas e colocadas por escrito. Tudo será dividido com a equipe inteira (durante o processo, claro), pois os comentários trazem insights importantes a serem trabalhados por todos.
Isso permite à coach, inclusive, “despersonalizar” determinados comentários que podem vir carregados de emoção negativa para que possam ser trabalhados no grupo sem rotular algum participante. Dou um exemplo. Alguém pode escrever: “fico muito irritado com o João (*) pois ele nunca se voluntaria para fazer os relatórios do final do mês.” A coach, no momento de compartilhar essa observação com o grupo, provavelmente diria: “falta de colaboração na produção dos relatórios mensais”, ou algo similar, e o tema começa a ser discutido.
Ainda no tópico “confidencialidade”, um grupo funciona melhor em coaching quando o chefe não está presente nem alguém de RH. E a companhia receberá informações sobre qual competência o grupo terá escolhido para trabalhar e qual o plano de ação adotado. Todos os detalhes das discussões realizadas deverão permanecer confidenciais, pois pertencem apenas às pessoas presentes na discussão. Esse é o primeiro passo para criar a relação de confiança que é tão necessária para o sucesso de um processo de Coaching.
E, se por um lado, comentários negativos ou que focam apenas no problema podem vir por escrito durante as reuniões (pelas razões dadas acima), por outro tudo o que for apreciativo e positivo deve ser colocado em público. Essa é uma dinâmica que ajuda bastante no percurso.
Com esses e outros cuidados, a equipe terá provavelmente muito mais facilidade para criar uma coesão e começar a trabalhar em um plano de ação completo e factível.
(*) nome fictício