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Eneagrama – como agem os tipos emocionais durante uma expatriação

Foto do escritor: Jornada de CoachingJornada de Coaching

Eneagrama e expatriação; expats; tipos emocionais

Texto originalmente criado para a plataforma Brasileiras pelo Mundo

Dando continuidade à série de quatro artigos sobre Eneagrama e expatriação (se você perdeu os dois primeiros, leia-os aqui no site), hoje falo um pouco sobre os tipos chamados emocionais. Aqui descreverei as linhas gerais, mas saibam que elas variam de pessoa para pessoa de acordo com o nível de consciência de cada uma.

As personalidades chamadas “emocionais” no Eneagrama têm em comum o foco nos relacionamentos e muita facilidade em se conectar às emoções dos outros. Valorizam muito o contato com o outro, cada tipo a sua maneira. Estabelecem, na grande parte das vezes, de forma inconsciente, estratégias para criar a imagem que lhes convém, e o olhar do outro é sempre fundamental. Interpretam o mundo através do seu sentir.

Tipo 2

O tipo 2 tem uma habilidade especial para identificar rapidamente o que os outros precisam. E ele gosta realmente de ajudar, dificilmente dizendo não a quem vem solicitar uma mãozinha. E é justamente essa imagem de generoso e altruísta que ele tanto valoriza. No entanto, se não receber o justo reconhecimento pelo que faz, se sente muito mal, muito triste. Seu grande desafio é olhar mais para si próprio, e passar a identificar suas necessidades tão bem quando identifica as dos outros.

O expatriado assalariado tipo 2 busca a integração na nova equipe se voluntariando para projetos variados. Desenvolve desde o início relacionamentos de confiança e se mostra otimista diante dos desafios da empresa. É prático e motiva os outros a seguirem adiante, tendo a palavra correta para cada um, pois identifica o que cada um precisa. Deve cuidar para não ser muito seletivo, só escolhendo pessoas importantes da empresa para estar perto e ajudar ou caindo para o outro lado, dizendo sim a todos que vierem lhe pedir ajuda e, com isso, atrapalhar seu próprio gerenciamento do tempo.

O cônjuge tipo 2, antes mesmo de chegar ao novo país, já tem uma lista pronta das associações caritativas e de voluntariado. Com uma empatia acima do normal, cria relacionamentos facilmente, oferecendo ajuda, informações, conselhos e o que mais a pessoa precisar. Ou o que ele achar que a pessoa precisa. E é justamente aí que o tipo 2 precisa estar atento: não ser invasivo e achar que todo mundo quer receber ajuda. O tipo 2 deve, também, aproveitar esse momento de expatriação para ouvir-se e identificar suas reais necessidades. Essa é uma ação de auto desenvolvimento muito importante para eles.

Tipo 3

O tipo 3 é movido a resultados. Tem objetivos para tudo na vida e só pensa em realizá-los. É muito comprometido com o que faz e pode até atropelar os outros para chegar ao objetivo que definiu. Nem venha falar sobre fracassos com ele – essa palavra não pertence ao seu vocabulário e o joga em profundo estado de tristeza. Tem verdadeiro horror à ideia de não chegar onde quer, e cria uma imagem de sucesso que sustenta para valer. O olhar e a aprovação dos outros são fundamentais, sobretudo daqueles que são importantes para ele. Costumam ser pessoas muito práticas e objetivas, mas que acham que as emoções podem atrapalhar sua performance. Então, abafam seus sentimentos e acabam achando que só são valorizados pelo que fazem. O grande caminho de evolução do tipo 3 é acolher plenamente suas emoções e aprender a valorizar-se por quem é, e não pelo que faz.

O expatriado assalariado tipo 3 é uma máquina que trabalha muito e traz resultados rapidamente. Cria planos de ação na empresa e impressiona a todos pela destreza com a qual se movimenta em diferentes grupos. Adapta-se tão facilmente aos meios que lhe interessam que muitos podem até achar que já está naquele ambiente há anos quando, em verdade, acabou de chegar há alguns meses. Precisa atentar para não se perder a si mesmo, perder sua identidade, querendo “aparecer bem na foto” em todos os locais por onde anda. Muita atenção também para não se jogar no trabalho, atrás dos objetivos que tanto busca, e se esquecer da família. É necessário saber diminuir o ritmo.

O cônjuge tipo 3 é igualmente objetivo: provavelmente terá uma lista de ações a tomar para colocar tudo em ordem na casa no menor tempo possível. E vai conseguir. Sempre muito bem vestido e aparentando estar 100% de bem com a vida, rapidamente vai identificar quais são as pessoas interessantes a conhecer na nova comunidade e, se tiver dado uma pausa na carreira para seguir seu cônjuge na expatriação, vai dar um jeito de retomar as coisas “num piscar de olhos”. Ficar parado, definitivamente, não é para ele. Muita atenção para não fazer da vida uma lista de objetivos e ações sem fim. É importante se aquietar um pouco e apenas “ser”.

Tipo 4

O tipo 4 tem uma habilidade muito grande para identificar exatamente o que está sentindo e é muito sensível. Costuma apresentar grandes mudanças de humor e alternar sentimentos de felicidade com os de uma certa melancolia. Aliás, o tipo 4 é muito próximo da melancolia, acolhendo-a e até mesmo se sentindo confortável com ela. Tem um senso estético apuradíssimo e costuma criar combinações de roupas e de ambientes muito harmônicos. Sua grande motivação no mundo é deixar algo de seu, algo único, criativo, jamais visto. Seu caminho de evolução passa pelo gerenciamento de seus sentimentos, procurando ser menos dramático e evitando o sentimento de que falta alguma coisa.

O expatriado assalariado tipo 4 será sempre autêntico e muito criativo. Vai imaginar caminhos que nunca foram percorridos na empresa e será muito inspirador. Busca sempre pela excelência, pois tende a imaginar que o melhor ainda está por vir. Busca significado nos relacionamentos e nas coisas, mas se frustra muitas vezes, pois tende a se concentrar muito no que está faltando, ao invés de valorizar o que já existe. Deve tomar cuidado para manter seu interesse nos projetos, pois costuma se entediar rapidamente.

O cônjuge tipo 4 vai naturalmente se destacar na nova vida de expatriado, pois terá sempre algum detalhe diferente, seja em sua roupa, seja no modo de falar ou nos temas que discute. Muito ligado às artes e às expressões, rapidamente conhecerá todos os museus da cidade, exposições e eventos. Estará sempre perto de outros expatriados que sentem saudade de casa ou passam por momentos difíceis, pois compreende a profundidade desses sentimentos. Deve evitar a comparação com os outros, pois tende a achar que os outros têm mais do que ele próprio, e isso pode trazer muito ressentimento e uma sensação de vazio.

E aí? Você se achou em alguma das seis personalidades comentadas até agora? No próximo artigo falarei do último grupo, o dos mentais! Se tiver alguma dúvida, escreva abaixo, e eu respondo rapidamente. Até lá!

Stela Klein

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