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Meu marido foi expatriado. E eu? - Coaching para Expatriados e Cônjuges


Eu trabalhei por mais de 20 anos em grandes empresas, sempre nas áreas de Marketing e Comunicação. Passei de uma empresa para a outra, sem períodos de descanso (forçado ou escolhido). O máximo que tinha ficado fora de uma empresa foi no período de férias.

De repente, em maio de 2014, eu disse adeus ao mundo corporativo. Já tinha começado há mais de um ano a trabalhar como Coach tanto à noite, como dentro da própria empresa, atendendo a alguns funcionários. Mas, o que me levou a mudar a vida que levava foi a expatriação do meu marido.

Num primeiro momento, fiquei radiante. Além de ter a maravilhosa experiência de morar em outro país, diria adeus à rotina de horários, chefes, política corporativa, discussões intermináveis, reuniões sem objetividade e, o melhor de tudo, me dedicaria integralmente ao Coaching.

Nas primeiras semanas morando fora, minha agenda continuava tão lotada quanto nos tempos de executiva: além das reuniões de Coaching com clientes, ainda tinha um milhão de tarefas de casa para fazer, coisas para comprar, serviços a contratar, etc. Não parava um minuto sequer. Aos poucos, com a casa arrumada, fui ganhando um tempo que nunca tinha tido. Além de conseguir estudar com calma o idioma local e lidar com a diferença de fuso para atender aos clientes, começou a me sobrar tempo para fazer o que eu quisesse. Meus dias permaneciam ocupados, mas com um leque de atividades nunca antes experimentadas de uma só vez: arrumava e limpava a casa, estudava o idioma e filosofia, ia à feira local, fazia Coaching, visitava museus e outros lugares. Por um lado, era uma vida de sonhos, mas, por outro, comecei a me sentir culpada.

Enquanto eu podia organizar meu tempo e minhas atividades como eu queria, meu marido mantinha a mesma rotina rígida que eu tão bem conhecia. Ele se aborrecia no trabalho, voltava cansado pra casa e eu lá, calma e tranquila. Quando me contava como tinha sido determinada reunião no trabalho, eu tinha vergonha de dizer que tinha visitado um lugar super interessante na cidade.

Felizmente isso não durou muito. Comecei a questionar por que eu me sentia culpada. Fiz um levantamento do que eu fazia, dos trabalhos que eu realizava (como dona de casa e como Coach), de como eu gerenciava meu tempo. Aceitei que, SIM, nessa nova vida que eu levava, eu podia ter um tempo livre no meio da tarde e ainda voltar para trabalhar depois, e que estava tudo bem com isso. Bom pra mim, e bom pro meu marido, que não precisaria se preocupar comigo, pois eu também estava muito satisfeita com a vida de expatriados que estávamos levando. Essa mudança de mindset fez todo sentido pra mim e eu consegui adequar meu modelo mental e realmente aproveitar cada minuto da nova vida.

Aos poucos fui conhecendo mulheres cujos maridos também tinham sido expatriados ou transferidos. Quase 100% delas viveram ou estavam vivendo momentos semelhantes àquele que eu tinha vivido, ou pior: além de culpadas, se sentiam vazias, perdidas, às vezes sem identidade.

E, aproveitando essa minha dupla experiência, como coach e como esposa de expatriado, comecei a estudar o assunto: Coaching para Esposas de Expatriados.

Fiz uma importante descoberta: lidar com um movimento como esse é mais complexo do que pode aparentar. Segundo a empresa Cultural Chemistry, da Austrália, cerca de um terço das expatriações fracassam e os principais motivos são a falta de habilidade para se adaptar a uma nova cultura e a incapacidade para fazer com que a nova casa se torne efetivamente um novo lar. Esses fracassos geram perdas financeiras para as empresas e, obviamente, dificuldades emocionais para os envolvidos.

Como lidar com esse lado da experiência, que pode trazer insegurança, solidão, culpa, desvalorização ou uma sensação de perda de controle?

Não existe uma formula única para passar mais tranquilamente por um período de transição quando se trata de expatriação. Mas, pela minha experiência, vi que pequenas atitudes aceleram (e muito) a adaptação ao novo local. No próximo artigo falarei mais sobre isso.

Ps.: Mais um ponto importante: hoje em dia o número de homens expatriados é muito maior do que o de mulheres e é por isso que meu texto é dirigido a elas. Porém, quando é a mulher que é transferida de trabalho e o homem a segue, a situação é tão ou mais complicada. Contratar um processo rápido de Coaching pode ser bem útil.

Stela Klein

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