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  • Íntegra do artigo publicado pelo jornal O Estado

Rei que é Rei nunca perde a Majestade - Coaching de Carreira


O príncipe Harry, um dos herdeiros do trono inglês, decidiu que queria fazer coaching. “É que essa história de virar rei..... acho que não é pra mim”, disse a seu pai. “Como assim, ‘não é pra mim’?”, retrucou o príncipe Charles. “Você é da linha de sucessão e é assim que as coisas são. Se você tiver sorte, pode ser que eu, seu irmão ou seu sobrinho cheguemos lá antes de você, e aí sim você pode pensar em fazer alguma outra coisa da vida. Estamos en- tendidos?” Harry saiu cabisbaixo, sentindo-se totalmente derrotado diante do futuro imutável, desenhado pelo pai. Resolveu então procurar no Google: como ser um rei e ser feliz.

Essa não é uma história real (com o perdão do trocadilho). Ou talvez até seja, vá lá saber. Mas o ponto que queria trazer é que, muitas vezes, quase que inconscientemente, abraçamos uma carreira que originalmente pode ter sido imaginada por nossos pais, não por nós.

Talvez seja difícil identificar se isso ocorreu conosco. Mas podemos sentir os sintomas: uma desmotivação aqui, uma frustração ali, várias vezes até uma falta de sentido. Ou o assunto é muito difícil, por mais que a gente estude, ou é absolutamente entediante.

A questão é que escolhemos nossa carreira quando ainda somos muito jovens e, no meio de tantas provas de matemática e prazos para entregar trabalhos de grupo, pode ser difícil traçar um plano consistente sobre como investigar o tipo de trabalho que mais pode ter a ver conosco. A escola não ensina o que é propósito, o que é missão de vida, ou como tentar descobrir quais são nossos talentos. Muitas vezes, o que mais nos auxilia é um “guia de profissões” comprado na livraria ou baixado da internet. Alguns lugares promovem palestras de profissionais das mais variadas áreas, o que já ajuda um bocado a termos contato com o mundo do trabalho. Então, é comum sermos influenciados pela profissão dos pais ou de pessoas próximas. Às vezes, os pais, querendo ou não, também deixam escapar certa expectativa sobre o filho tomar este ou aquele caminho profissional e, se o filho quiser muito agradar aos pais (e qual filho não quer?), o “peixe pode morder a isca”.

Não tenho certeza se há apenas uma carreira para cada pessoa. Parece que, no latim, essa palavra vem de “carraria”, ou seja, “caminho para se passar transportes”. Será que não posso ter vários transportes (profissões) ao longo da minha estrada? Em determinado momento da vida posso me interessar por um tema, ser muito bem-sucedida nele e depois começar a desenvolver outro. Ou talvez ter dois interesses bem estruturados em paralelo.

Acho que é normal a gente ter muita dificuldade para trocar de profissão, especialmente quando considera todos os anos de estudo, um início que, às vezes, não é fácil ou uma reputação já construída na área em que atua. Mas, antes de decidir que, mesmo não se identificando mais com a profissão, vai continuar nela para não perder o que já fez, recomendo um exercício de visualização.

Imagine-se no futuro, já bastante idoso. Você acha que poderá estar frustrado por não ter tentado uma carreira diferente? Estará orgulhoso pela forma como gerenciou sua vida de trabalho? Estará satisfeito com a história que criou? Se não tem tanta certeza sobre responder “sim” a essas perguntas, sugiro realmente pensar se está na profissão certa (ou no emprego certo) para o seu atual momento. Existem várias formas de fazer uma transição de carreira, algumas bem suaves e eficazes. O mais difícil talvez seja gerenciar o próprio ego. Mas lembre-se daquele ditado popular: “rei que é rei, nunca perde a majestade”!

Stela Klein

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