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Quer viver melhor sem burnout no trabalho? Oscile!


Antes de vir morar na França eu nunca tinha ouvido falar em tantos casos de burnout no trabalho. Você sabe o que é burnout? É um distúrbio psíquico provocado por um esgotamento físico, mental ou emocional associado ao trabalho. Ele ainda é um tanto subjetivo de ser caracterizado, pois os limites de pressão suportados por cada pessoa variam muito, mas seus sintomas são facilmente detectáveis:

. cansaço extremo

. dores de cabeça

. agressividade

. isolamento

. problemas de memória

. ausência no trabalho, entre outros.

Muitas vezes, a pessoa fica depressiva e começa a ter, também, problemas de relacionamento.

Uma parte do burnout me parece realmente ainda vir das empresas. Uma boa parte delas ainda tem um estilo muito antigo de gerenciar relações trabalhistas. Por exemplo, algumas escolas de gerenciamento ainda fazem distinção entre “ser gerente” e “ser um líder”, reforçando o quanto a presença de gestores com baixa inteligência emocional ainda é real nas empresas francesas.

Recentemente, em um debate televisivo, o autor de um livro sobre as relações de trabalho, na França, dizia que o assédio moral ainda é uma ferramenta de gestão empresarial, por aqui: quando um funcionário não apresenta boa performance ele não necessariamente recebe um feedback assertivo sobre a situação. Ao invés disso, muitas vezes ele é ignorado, afastado dos grupos ou das decisões, na esperança de que ele mesmo peça demissão, ao invés de a empresa tomar outra ação para ajudá-lo ou demiti-lo.

Muitos profissionais com quem converso reportam a presença de superiores hierárquicos que simplesmente apontam ou decidem o que fazer sem consultar suas equipes e sem permitir algum tipo de questionamento. Muitos usam a expressão “goela abaixo”, mesmo em níveis que são considerados seniores. Esses tipos de situação, quando se tornam repetitivas, contribuem, e muito, para o esgotamento das pessoas, podendo levar ao chamado burnout.

No entanto, em grande parte dos casos, o profissional que está recebendo essa pressão também contribui para ela. Aliás, em todo relacionamento – pessoal ou profissional – nunca há uma parte apenas que estabelece as bases da relação: toda relação é uma via de mão dupla. Se um lado continua puxando, é porque o outro continua cedendo. Muitas vezes, o funcionário que se sente explorado ou desrespeitado não se posiciona objetivamente, comunicando com clareza e respeito como se sente e o que precisa, colocando-se em uma posição inferior em relação ao chefe.

É claro que há muitas situações onde o superior hierárquico tem um nível muito baixo de consciência ou de inteligência emocional, o que torna qualquer tipo de abordagem positiva muito difícil, por parte do colaborador. No entanto, ainda assim, a responsabilidade sobre permanecer ou não naquela situação continua com o colaborador.

Existe um conceito em coaching que pode ajudar no momento imediatamente anterior ao início de um burnout, e que muitas pessoas desconhecem: a OSCILAÇÃO.

Originalmente, o conceito de oscilação vem da física, e fala sobre movimento: o movimento de um corpo ou de uma força de um lado para outro, muitas vezes em condição pendular, repetitiva e sempre em direções opostas.

O coaching se apropriou deste conceito, justamente focando nesta última descrição – movimento em direções opostas – com o intuito de criar uma variação positiva e significativa na nossa vida, gerando uma maior sensação de qualidade de vida.

Como isso funciona? Na prática, isso significa variar as atividades ao longo do dia e da semana. Eu me explico melhor. Se você passa grande parte do seu dia sentada, com uma ocupação intelectual, é importante logo em seguida fazer algo puramente físico, que faça você se mexer e suar bastante. Se você costuma estar com muita gente ao seu redor, poderia ficar sozinha por um tempo, sem muita interação. Se estiver passando longos períodos em uma atividade manual, passe igualmente um tempo em algo mental. E assim por diante.

Para quem esteve trabalhando por várias horas durante o dia, não vale simplesmente sentar no sofá e ligar a televisão. Ficar sem fazer nada, e de forma passiva, não entra no conceito de oscilação. O bom relaxamento não é aquele onde você fica imóvel na frente da televisão, mas sim, aquele onde existe uma intenção ativa. Para criar a oscilação, o contraste de atividades é importante.

E é justamente essa “quebra” de atividades que impede que você tenha a sensação de que está trabalhando 24 horas por dia. Muito de nosso stress relacionado ao trabalho vem disto: da impressão de que a rotina nada mais é do que trabalhar e trabalhar, sem fazer mais nada da vida. Isso é um “prato cheio” para o burnout.

Então, quer viver melhor? Oscile! Comece a variar suas atividades diárias e semanais. Acrescente atividades que vão na direção oposta umas das outras e ganhe mais energia, mais motivação, mais qualidade e riqueza de experiências em sua vida diária!

Stela Klein

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